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17/07/2017 | Concebido por Goioerê

Mercedes prova estar na frente da Ferrari; Hamilton pode ser líder já na Hungria

Mercedes prova estar na frente da Ferrari; Hamilton pode ser líder já na Hungria

A vantagem técnica do modelo W08 Hybrid da Mercedes de Lewis Hamilton sobre o SF70H Ferrari de Sebastian Vettel, em Silverstone, ficou evidente desde o primeiro dia de treinos, na sexta-feira. Por essa razão a sua vitória sem maiores dificuldades no GP da Grã-Bretanha, neste domingo, não surpreende. Assim como não causará estranheza se na próxima etapa do campeonato, 11ª do calendário, o GP da Hungria, dia 30 de agosto, Hamilton assumir, pela primeira vez na temporada, a liderança do mundial.

Não é difícil compreender o que acontece neste momento na F1. A Mercedes atingiu melhor estágio de desenvolvimento do seu carro que a Ferrari. Desde a prova de Montreal, sétima do ano, Hamilton e seu competente companheiro de equipe, o finlandês Valtteri Bottas, segundo colocado na Inglaterra, depois de largar em nono, dispõem de um carro mais veloz, equilibrado e confiável que Vettel e seu parceiro, Raikkonen.

Neste domingo, Vettel era o quarto colocado até menos de duas voltas para a bandeirada quando o pneu dianteiro esquerdo dechapou. Recebeu a bandeirada em sétimo. Raikkonen havia passado pelo mesmo problema uma volta antes, mas mesmo com o pit stop extra terminou no pódio, em terceiro.

Chama a atenção as diferenças grandes impostas pela Mercedes a Ferrari no circuito onde a F1 iniciou sua história, com a realização do primeiro GP, dia 13 de maio de 1950. Na definição do grid, Raikkonen, segundo, ficou a 547 milésimos de Hamilton, pole position, e Vettel, terceiro, 756 milésimos.

Na corrida, as diferenças numéricas não são representativas porque Raikkonen e Vettel fizeram uma parada no fim. Mas até aquele momento, Hamilton tinha 12,3 segundos de vantagem para Raikkonen, segundo, e 31,2 para Vettel, quarto.

Se for levado em conta que depois do GP de Mônaco, prova anterior a Mercedes apresentar uma segunda versão do seu W08 Hybrid, no Canadá, a Ferrari liderava entre os construtores, com 196 pontos diante de 179 da Mercedes e agora, em seguida à corrida deste domingo, apenas quatro depois da de Montreal, a Mercedes soma 330 pontos, primeira colocada, e a Ferrari, 275, segunda, alguma coisa aconteceu para explicar essa virada nas expectativas dos dois times.

Sim, como mencionado, a maior evolução do carro da Mercedes. A Ferrari ficou para trás. O GloboEsporte.com mostrou em reportagem colocada no ar no primeiro dia de atividades em Silverstone, na sexta-feira, os números desse maior avanço.

Acabou o gás

Como a Ferrari tinha um monoposto que explorava melhor os pneus Pirelli no começo do campeonato, até a prova no Circuito de Montecarlo, onde ganhou com uma brilhante dobradinha, Vettel acumulou certa vantagem sobre Hamilton na classificação. Mas agora o gás dos italianos começou a acabar.

Depois do GP de Mônaco Vettel, sempre líder desde a vitória na abertura do mundial, na Austrália, somava 129 pontos ao passo que Hamilton, 104. A partir daí o inglês somou 72 pontos e Vettel, 48. O parceiro de Hamilton, Bottas, foi ainda mais efetivo, ao acumular do GP do Canadá ao deste domingo 79 pontos, ou nada menos de 31 a mais de Vettel.

Isso explica Bottas estar na luta pelo título. O piloto da Ferrari tem hoje um único ponto de vantagem para Hamilton, 177 a 176, mas Bottas vem logo atrás, 154. O quarto colocado, Daniel Ricciardo, da RBR, está longe, 117, mas realizou outro trabalho notável na Inglaterra, quarto depois de ser último na relargada do safety car, na sexta volta.

Dá para entender melhor o motivo de Hamilton poder entrar de férias, em agosto, depois do evento em Budapeste, como novo líder do campeonato? A atropelada da Mercedes está bem estruturada, não é obra do acaso, mas de um trabalho competente do grupo liderado por James Allison na identificação da origem das dificuldades do W08 Hybrid com os pneus ultramacios, em especial. E, obviamente, em encontrar a solução.

No Canadá, os pneus distribuídos foram os mesmos de Mônaco, ultramacios, supermacios e macios. Mas em vez de verem Vettel e Raikkonen explorá-los melhor, Hamilton e Bottas se aproveitaram da velocidade que eles disponibilizam e venceram de dobradinha.

Bottas também foi primeiro com eles na Áustria e neste domingo, com os supermacios e os macios, foi a vez de Hamilton. No sábado, em Silverstone, após ser inquietantes 756 milésimos mais lento que Hamilton, Vettel afirmou, de cabeça baixa: “Eles estão muito rápidos com todos os tipos de pneus”.

Fim do problema

Allison e seu time de engenheiros procuraram transferir um pouco para a frente do carro o ponto de maior pressão aerodinâmica, além da revisão dos componentes das suspensões do W08 Hybrid, para fazer com que os pneus dianteiros atingissem a temperatura indicada pela Pirelli para eles melhor funcionarem. Não é tão simples assim como descrito, lógico, mas a Mercedes conseguiu.

Na Hungria, serão os supermacios, macios e médios de Silverstone também e a temperatura ambiente e da pista costuma estar dentre as mais elevadas do calendário. É pouco provável que a Mercedes volte a ter problemas com o aquecimento dos pneus.

Grupo italiano é inexperiente

E do lado da Ferrari, o que explicaria ter perdido, nessa fase da disputa, a competição pelo desenvolvimento do carro?

Já nos testes de Barcelona, em março, comentava-se no paddock que seria campeã a escuderia que melhor trabalhasse o carro, os componentes novos mais o deixassem rápido, equilibrado e confiável, diante da semelhança de performance entre os modelos W08 Hybrid da Mercedes e o SF70H da Ferrari. 

Sem que ninguém, mas ninguém mesmo da F1 esperasse, por causa da revolução promovida pelo presidente da Ferrari, Sérgio Marchionne, na área técnica da equipe em julho do ano passado.

Agora está provado que o grupo liderado pelo diretor técnico designado por Marchionne, o inexperiente Mattia Binotto, assumiu a área, em julho, dispondo já de um projeto quase pronto, o desenvolvido pelo engenheiro que Marchionne mandou embora, Allison. Logo em seguida contratado pela organização que venceu os três últimos mundiais, para se ter uma ideia da confiança que Toto Wolff, diretor da Mercedes, deposita no projetista inglês.

Allison deve estar curtindo muito ver o projeto da Mercedes, cujo desenvolvimento ele é o maior responsável, passar a vencer com frequência o carro que deixou quase pronto na Ferrari e Binotto e seus subordinados não conseguem, agora, fazê-lo crescer tanto. Isso não tira os méritos dos jovens engenheiros da Ferrari que souberam com surpreendente capacidade concluir a obra que Allison deixou lá em estágio avançado.

Geração promissora

Da atual geração que assumiu a área técnica italiana com certeza sairão engenheiros do mais alto nível. Inteligentes para até mesmo voltar a dar ao modelo SF70H a vantagem inicial existente contra a Mercedes. É apenas menos provável do que a equipe alemã ganhar mais a luta do que perder daqui para a frente.

Quando a Ferrari venceu em Melbourne, com Vettel, e Hamilton ficou em segundo, todos chegaram a mesma conclusão: a real competência do grupo de Binotto seria exposta a partir daquele momento, no que faria para o SF70H seguir superando a Mercedes. Foi assim até o GP de Mônaco. Desde então, com a segunda versão do carro alemão - a primeira aconteceu em Barcelona -, a Ferrari claramente começou a perder a batalha pelo melhor desenvolvimento do monoposto.

Em outras palavras, a menor experiência do grupo de jovens engenheiros italianos começou a se manifestar mais. Vale até para Binotto, pois até então havia somente cuidado do setor administrativo das unidades motrizes. De novo, não há nada que impeça esses mesmos técnicos liderados por Binotto resgatar o seu melhor na temporada. Apenas que, conforme o histórico da F1, o grupo de Allison, bem mais experiente, tende a se dar melhor, como já estamos assistindo.

Agora, ninguém em sã consciência, este ano, pode apostar todas as fichas em nada. Se há uma característica que mais identifica a temporada é exatamente a falta de lógica de certos acontecimentos. A própria ascensão da Ferrari é um deles, como mencionado, em função do furacão que a atravessou sete meses antes, apenas, da apresentação dos modelos deste ano, concebidos para um regulamento muito distinto do adotado nos últimos anos.

A F1 vai para a segunda fase do campeonato, com a disputa do 11º GP do ano, na Hungria, sem que seus números reflitam o que está ocorrendo no esporte. Vettel tem um ponto a mais de Hamilton. Os números não expõem que seu carro é menos eficiente, hoje, que o de Hamilton.

Tudo pode acontecer nas desgastantes 70 voltas nos travados 4.381 metros de Hungaroring, mas a exemplo de Silverstone Hamilton e Bottas desembarcam com maiores chances que Vettel e Raikkonen, ainda que, pelas características da pista, elevada exigência de pressão aerodinâmica, a Ferrari deverá ser mais forte do que foi na Inglaterra.

Fonte: GOIOERÊ | CIDADE PORTAL | GLOBO ESPORTE

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