Campo Mourão- Comitiva do Canadá conhece programas voltados a agricultura familiar da região

O Instituto Emater de Campo Mourão recebeu nessa quarta-feira (13) uma comitiva de produtores rurais do Canadá, que veio ao Brasil para conhecer os programas voltados a agricultura familiar. Ontem de manhã, o gerente regional do Emater, Jairo Martins de Quadros apresentou uma palestra a eles em uma das agências do Sicredi na cidade para falar dos trabalhos desenvolvidos para atender os pequenos agricultores,os programas de governo e políticas públicas que tem trazido desenvolvimento para a região. De acordo com ele, a Comcam tem um trabalho diferenciado que atende um grande número de pequenos agricultores. “E temos conseguido isso graças à boa relação de parcerias existentes em todos os elos da cadeia produtiva auxiliando para desenvolver um bom trabalho”, destacou.

Na abertura estiveram presentes o gerente regional de desenvolvimento da SicrediCirineuVarolo e os gerentes de agencias locais Queila, Andrey e Valmir, que explicaram aos visitantes o cooperativismo de credito, Já Quadros informou que até o ano passado o Instituto atendia cerca de 5 mil famílias da agricultura familiar, mas para este ano a meta é aumentar  o número para 7 mil com prioridade no projeto de grãos, principalmente soja e milho, tem também um trabalho forte na pecuária leiteira e na olericultura. “Temos que crescer ainda na região fazendo um trabalho em organização rural. A ideia é de trabalharmos a organização rural como um ponto forte da região e também a agroindustrialização”, frisou Quadros.

Segundo ele, o número de famílias atendidas aumentará neste ano devido à contratação de mais 13 técnicos para atuar na região. “A agricultura familiar nem sempre é atendida por cooperativas e por empresas de planejamento, então precisam da interferência, da assistência técnica e da presença do Governo no campo, e a mão do Governo no Campo é o Instituto Emater”, observou o gerente regional.

Ele comentou que além de gerar mais qualidade de vida às famílias a assistência rural prestada pelo Emater vem mantendo o homem no campo, evitando o êxodo rural. “Temos batalhado muito para agregação de valor e renda e fixação do produtor no campo, principalmente com os projetos de melhorias de moradias. A ideia é que a gente tenha renda o ano todo para toda a família, fixando o jovem e a mulher no campo para que haja a sucessão com alguém preparado para assumir a propriedade”, destacou.“Recebemos recentemente uma comitiva de Cuba junto com o Iapar para repassar estas informações. Fico muito feliz que as comitivas tenham visitado a região de Campo Mourão e avaliado positivamente os trabalhos”, acrescentou Quadros.

Os produtores canadenses já passaram pela região de Londrina, Campo Mourão e posteriormente Cascavel, Na região de Campo Mourão eles  visitaram também uma propriedade rural  do produtorEdelfonso Beckerno município de Mamborê assistida pela Emater para conhecer os projetos na prática, na propriedade acompanharam a colheita de soja, analisaram as maquinas e equipamentos utilizadas pelo nosso produtor, discutiram tecnologia de produção de grãos, comparando a forma de condução de nossas lavouras com as do Canadá, este produtor explora as culturas de soja, milho, trigo e aveia, e pecuária de corte, integrada às lavouras.Para agradar aos visitantes, Becker serviu costela ao fogo de chão, que ajudou na integração do grupo e a entender nossos hábitos alimentares, a conclusão dos canadenses é que nossa agricultura está desenvolvida tanto quanto a do Canadá.

SURPRESO, O produtor rural e empresário do ramo de equipamentos para fabricação de alimentos, Ben Friesen, 64, da província de Manitoba, no Canadá, participou da visita. Ele disse que ficou surpreso com os programas de incentivo a agricultura familiar. “É fenomenal, principalmente porque procura manter as pessoas no campo. O programa de alimentos para escolas também é muito interessante, além de oferecer merenda de qualidade, o produtor tem incentivo na comercialização da sua produção”, comentou o canadense.

Frisen informou que no Canadá a realidade é outra. Segundo ele, diferente do Brasil, no seu país não existe nenhum programa que incentive a permanência do homem no campo. Outra observação feita por ele, é que os grandes fazendeiros estão comprando as pequenas propriedades fazendo com que grande parte dos agricultores familiares se mude para a cidade. “Além disso, muitos filhos também vão para cidade para cuidar do próprio negócio e acaba não existindo uma sucessão familiar”, falou. “Todos os anos perdemos muitos produtores que deixam suas vidas do campo para se mudar à cidade”, complementou.