Emater de Boa Esperança realiza I Encontro Regional de Produtores de Grãos

O Instituto Emater,  Prefeitura e a Embrapa Soja realizaram no dia 20 de agosto de 2019, na cidade de Boa Esperança, o I Encontro de Produtores de Grãos na Região de Campo Mourão. 

Na oportunidade foram tratados temas atuais e relevantes em relação a produção sustentável da cultura da soja, em especial a apresentação dos resultados regionais e estaduais do Manejo Integrado de Pragas - MIP e Doenças - MID na Safra 2018/2019. Também foi apresentado o tema Eficiência de Inseticidas no Controle de Lagartas e Percevejos na Cultura da Soja.

As palestras foram ministradas pelo coordenador técnico regional do projeto grãos da Emater Sandro Cesar Albrecht e pelos pesquisadores da Embrapa Soja de Londrina, os Engenheiros Agrônomos Dr. Osmar Conte e Dr. Samuel Roggia.

Foram apresentados bons resultados em relação ao manejo integrado de pragas, tanto nos trabalhos realizados com 22 produtores da região, como com 241 em todo o Estado do Paraná. Suas lavouras foram acompanhadas semanalmente por técnicos do Instituto Emater durante toda a safra, aplicando a tecnologia de monitoramento de pragas preconizado pela Embrapa; estas propriedades constituíram uma rede de unidades de referência - URs para a disseminação do MIP.

Ao realizarem o controle químico das pragas somente quando necessário, ou seja, quando a população destas atingisse o nível de dano, os agricultores conseguiram reduzir para apenas 1,7 o número de aplicações de inseticidas, o que representou em média uma redução de 50%. 

Para comparar os resultados com o controle convencional de pragas, foi realizado um questionário com outros 773 agricultores onde se constatou que os sojicultores paranaenses fizeram em média 3,4 aplicações durante todo o ciclo da cultura.

Além dos benefícios à saúde e ambientais da adoção do MIP, uma vez que uma menor quantidade de inseticida é utilizada, os produtores também são beneficiados com uma redução de custo de produção, sem comprometer a produtividade das lavouras; em média o produtor economiza o equivalente à 2,1 sacas de soja por hectare, aumentando a rentabilidade da lavoura.

Para a implantação do MIP na propriedade o produtor não precisa investir mais, apenas acompanhar semanalmente sua lavoura, fazendo o levantamento de todos os insetos presentes. 

É com base nesses dados que ele, juntamente com o seu técnico, decide pelo melhor momento da aplicação, mantendo assim o equilíbrio entre as pragas e seus inimigos naturais e possibilitando retardar o início do controle químico. 

Em media os agricultores das URs só fizeram a primeira aplicação de agrotóxicos para lagartas aos 67 dias após o estabelecimento das plantas e para percevejos aos 82 dias; para os demais produtores o primeiro controle químico ocorreu respectivamente aos 40 e 63 dias.

Quanto ao Manejo Integrado de Doenças – MID, apresentou-se os resultado do uso de coletores de esporos nas URS, equipamento este idealizado pelo Eng. Agrônomo Dr. Seiji Igarashi e adaptado pelo Instituto Emater no trabalho de extensão rural junto aos agricultores familiares do Paraná. 

Tem por objetivo detectar a presença de esporos do fungo Phakopsora pachyrhizi, responsável pela principal doença da cultura da soja, a Ferrugem Asiática. Sob condições favoráveis de clima os esporos podem desenvolver a doença nas plantas, de modo que a identificação de sua presença auxilia produtores e técnicos na tomada de decisão para pulverizações com fungicidas.

Foram instalados 174 coletores em 125 municípios, permitindo a identificação dos primeiros esporos já entre o final de Outubro e começo de Dezembro. O uso desta tecnologia como ferramenta auxiliar na tomada de decisão permitiu a redução do nº de aplicações de fungicidas de 2,1 para 1,4, ou seja, redução de 33%

Por fim também foram apresentadas informações importantes sobre a eficiência de inseticidas no controle de lagartas e percevejos, onde o Dr. Conte destacou fatores como o momento correto da pulverização com a dose recomendada, o uso de produtos adjuvantes que melhoram o contato dos inseticidas e a adoção de uma correta tecnologia de aplicação, sendo este um fator primordial para que as pragas sejam realmente atingidas, porém sem deriva do agrotóxico. 

Destacou ainda o lançamento da cultivar de soja BRS 1003IPRO, com a Tecnologia Block, tolerante ao ataque de percevejos e portanto, com uma menor necessidade de controle químico.

Estiveram presentes no evento 140 participantes, entre produtores, técnicos e lideranças de 06 municípios da região.

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