Policiais Militares do 11º Batalhão realizam curso de capacitação com motocicletas em Maringá

Principalmente nas cidades em que o trânsito é mais intenso, sobretudo em horários de pico, o deslocamento de viaturas de emergências sofre as consequências da mobilidade urbana.

Em relação à criminalidade, é comum a prática de crimes em que os infratores se utilizam motocicletas e passam por locais de difícil acesso, trafegando por cima de calçadas ou becos, o que dificultam ou impedem a circulação de viaturas convencionais, e consequentemente o enfrentamento a esses criminosos.

Devido às motocicletas apresentarem esta agilidade no trânsito e por chegarem em locais que muitas vezes uma viatura não pode acessar, o uso de deste meio por parte da Polícia Militar se tornou algo bastante comum nos últimos anos, principalmente no policiamento ostensivo.

A modalidade tem uma aceitação muito grande nas corporações e também por parte população. Visando melhorar ainda mais o moto patrulhamento, policiais do 11º Batalhão de Polícia Militar que integram a Rondas Ostensivas com Apoio de Motocicletas (Rocam), passaram recentemente por um curso de dez dias realizado na 2° Esfaep - Escola de Formação e Aperfeiçoamento e Especialização de Praças na cidade de Maringá.

Além dos policiais do 11º BPM, policiais de outros batalhões que pertencem ao 3º Comando Regional de Polícia Militar (3ºCRPM), Guarda Municipal de Maringá, Sarandi e Corpo de Bombeiros, também participaram do curso, que teve início no dia 26 de agosto foi finalizado na última quinta-feira (5).

De acordo com o 2º Tenente Fernando José Weiber da Silva, um dos instrutores que participaram da formação do grupo, o objetivo do curso é aprimorar as técnicas de pilotagem com as motocicletas, garantindo assim mais agilidade, sempre observando a questão da segurança dos policiais e dos demais condutores durante o deslocamento.

"Além de treinarem exaustivamente as técnicas sobre duas rodas visando proporcionar mais eficácia durante as ações, sejam elas de moto patrulhamento ou escolta, os Policiais também tiveram instruções sobre primeiros socorros, manutenção básica da motocicleta, legislação de trânsito, escolta e noções de básicas de pilotagem", acrescenta o oficial.

Por ser uma modalidade de policiamento que permite mais agilidade para chegar aos locais de ocorrência, os policiais que atuam neste policiamento também estão mais propensos a se envolverem em acidentes.

Por este motivo o curso também simulou situações de risco que ocorrem no trânsito e adentramento em locais de difícil acesso, que exigem do piloto muita perícia e agilidade.

"Por mais que o policial já tenha experiência nesta modalidade de policiamento, o curso é fundamental para que motociclista consiga desempenhar a função nas ruas com muito mais segurança, de uma maneira mais natural.

Passamos desde o básico, como a manutenção da motocicleta até técnicas mais aprimoradas quanto ao comportamento da moto em situações adversas, como em uma derrapagem, por exemplo," explica o tenente.

Para o policial Eduardo de Araújo, que desde dezembro de 2018 integra a equipe da Rocam do 11º BPM, o curso trouxe uma visão diferenciada sobre como conduzir uma motocicleta durante as ações da PM.

Ele observa que as instruções ministradas durante os dez dias foram fundamentais para melhorar o desempenho nas abordagens e em deslocamentos que necessitam de mais rapidez para chegar ao local da ocorrência, sempre observando o fator segurança.

"Passar por uma reciclagem é sempre importante e nos deixa mais confiantes para o dia a dia da atividade policial.

Com certeza essa instrução foi de grande valia para os policiais que atuam nesta modalidade de policiamento", avalia. Entre os 24 agentes que passaram pela capacitação, a policial Vanessa de Oliveira Santana, que integra à 2ª Companhia de Policia Militar do 11º BPM, foi uma das homenageadas durante a solenidade de formatura do grupo.

Única mulher a participar da capacitação, ela recebeu uma homenagem de mulheres que integram clubes de motociclistas, e que prestigiaram o evento de formatura realizado na manhã desta quinta-feira, 05, em Maringá.

Origem do moto patrulhamento

A Ronda Ostensiva Com Apoio de Motocicletas (ROCAM) foi criada em São Paulo no ano de 1982, no 1º Batalhão de Polícia de Choque (ROTA) da Polícia Militar do estado.

Naquela época o objetivo desta modalidade de policiamento era atuar principalmente nos centros comerciais e bancários. Rapidamente o policiamento sobre duas rodas ganhou destaque no Batalhão, uma vez que permitiu que os policiais se deslocassem com maior brevidade em meio ao intenso tráfego paulista.

A Polícia Militar de Goiás também foi uma das pioneiras, que implantou o moto patrulhamento na cidade de Goiânia. O grupo denominado GIRO, do Batalhão do Grupamento de Intervenção Rápida Ostensiva da Polícia  Militar  de  Goiás,  inicialmente foi estruturado com  equipes compostas por quatro motocicletas e cinco policiais e posteriormente com três motocicletas e quatro policiais.

A finalidade deste tipo de policiamento é prevenir e intensificar o patrulhamento por meio de abordagens a transeuntes em atitude suspeita e motocicletas com indivíduos suspeitos.

O GIRO, além de ser o pioneiro no país com a doutrina de moto patrulhamento tático, influenciou as Polícias Militares de outros estados, entre elas a do Paraná.

 Acompanhando esta evolução de modalidade de policiamento, algumas Unidades Operacionais da Polícia Militar do Paraná criaram pelotões de motocicletas para serem empregados no dia a dia.  

Além de possuir a vantagem de saturar áreas extensas em efetivo reduzido, o policiamento com motocicletas promove a proximidade dos policiais com a população, considerando que as motocicletas têm a facilidade de estacionarem e realizarem pontos base (PB) em locais de maior concentração de pessoas.  

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