Santa Casa de Campo Mourão clama por ajuda

O ex-presidente da Santa Casa de Misericórdia de Campo Mourão, e atual tesoureiro, José Carlos Laurani, fez um desabafo pelas redes sociais. Ele apelou aos prefeitos de toda a região  que mantenham o comércio fechado. Mais. Pediu que a população não saia de casa. Mantenha-se isolada. O motivo é simples: Falta de estrutura da entidade. Ele teme pelos próximos dias. Tem medo que pessoas contaminadas pelo Covid-19 morram sem respiradores. Quer evitar uma catástrofe no sistema de saúde.

Laurani revela que a unidade de Campo Mourão possui apenas 10 leitos voltados a pandemia. Mas hoje, nove deles já estão ocupados. Gente infectada pelo corona. Pessoas entubadas pela doença. “Não temos materiais suficientes para atender todos os pacientes”, afirma. Segundo ele, os profissionais já estão esgotados. Alguns se afastaram. A Santa Casa precisa de ajuda. Então pede aos prefeitos que colaborem deixando o comércio fechado até o dia 20 de abril. “Não sabemos o que vai acontecer nos próximos dias”, disse.

O apelo é comovente. Laurani diz que a União e o governo estadual não estão preparados para essa situação. Faltam remédios. Faltam máscaras. Faltam luvas. “Queria que nossos prefeitos se unissem ao empresariado. Pelo menos até o dia 20”, clama. O ex-presidente, um destemido pela entidade, ressalta que a doença é cruel, pela forma mais desumana: uma morte fria . É que, depois do óbito, os parentes não podem fazer o ritual costumeiro. Não há velório. Ninguém pode chegar próximo da vítima. O corona leva o ser humano. E dilacera a família.

“Temos que nos unir. Esquecer de partidos políticos. Religiões. Lutar por uma causa justa”, disse. O hospital também está com falta de camas, equipamentos de UTI e respiradores. Ele pede ao governador que ajude. Laurani lembra que hoje, o hospital atua em quatro frentes: pediatria, UTI geral, UTI Covid e Oncologia. Não há funcionários para tudo isso. Ele também agradece a ajuda dos mesmos prefeitos que, há alguns dias, mandaram dinheiro para a compra de insumos. “Estou lá há seis anos e nunca vi uma situação tão difícil como essa. Venham visitar o hospital para verem. O mais difícil ainda é não saber lutar contra esse vírus”, afirmou. 

O tesoureiro conclui seu desabafo clamando para que as pessoas fiquem em casa. Além disso, pede que profissionais da saúde, como médicos, técnicos e enfermeiros vão até a Santa Casa para ajudar. O quadro possui déficit de mão de obra. Então, o desespero é iminente.

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